16 de setembro de 2009

Felicidade Desritmada

Era uma correria que só. Uma festa, com um cavalo e três criancas, e muita lama. Que satisfação imensa era correr atrás do cavalo com um pedaço de tubo achado antes da brincadeira começar. Eu via tudo de cima, de minha janela. São meus vizinhos, e que vizinhos engraçados. Não me divertia tanto assim de fora a tempo. Não sei se era a música boa que meus ouvidos repercutiam ou minha graça mesmo. Pelo fato de serem pequenos seres, me encanta mais.

Um campo, verde, cheio de morros pequenos, era o lugar perfeito. Qualquer lugar é perfeito para os pequenos de grande ingenuidade, em não saber que estavam desesperando o cavalo, gritando como loucos em círculo. Pois o bichano estava preso a uma corda que era ligada a uma estaca presa no centro da circunferência.

Começou sem querer, a diversão até entao era pular na lama. Chutar a água da poça no amiguinho. De repente viu-se o cavalo, só. Ora pois, porque nao chamá-lo pra brincar também? É claro a nosso ritmo. Entao corre! Foram-se minutos e voltas. primeiramente o cavalo parecia não entender, corria de leve para simplismente não brincar, como se quem não desse confiança. Depois de certo tempo as patas eram mais ágeis e velozes.

Como se existisse um checkpoint, esse era a poça maior. Onde o menino e as duas meninas diminuiam a velocidade e o esperavam mais na frente pra poder gritar e bater na bunda do animal. Toda hora alguem era pego pela corda, que nao perdoava, os faziam derrubar quem não as pulasse. Sim, e foram varios tombos leves e insanos. E o ritmo aumentava.

Até que todos estavam tomados por lama e adrenalina e o cavalo muda de direção e corre o inverso que fazia desde o começo. Sem oferecer riscos. Por que parar? Corre atras dele! E vamos cerca-lo ali na frente. Cercado ele novamente muda a direção e corre mais, o quanto pode. Um tombo! Escorregou no chão e suas patas, seu corpo ficaram sujos de lama.

Foi assim que entao os estraga-prazeres de mais idade os viram e sem mesmo pensar nada já pediam pra parar, olha o cavalo todo sujo, olha as crianças vestidas de água da chuva com terra, que terror. Só podiam ser crianças. O embarasso tomou conta dos pequenos, que saiam de fininho, entregando a arma para o maior. Todos para casa! E agora? Há um vazio no campo, o cavalo come, e os velhos bebem. A graça era só das crianças.