Eu fico me questionando, sempre, onde começam e terminam as coisas. Desde bobeiras como ruas, até ideologias. Acredito que essas delimitações não existem. Nem a linha do Equador nem o que separa o morro e o asfalto. Nada disso existe, tudo é uma simples invenção da complicação.
É até engraçado, pois do nada certas ruas se transformam em outras. Eu já cai em diversas armadilhas dos endereços por causa disso. Os bairros simplesmente se transformam em outros e o que faz isso acontecer? O bar do Zé fica onde? Entre Humaitá e Botafogo? Existe Humaifogo?
Claro, que em ideologias e comportamentos, é gritante a diferença entre eles. Um leva a ditadura e o silêncio, outro leva a liberdade e a voz; não há praticamente nada em comum. Não há nada em comum. Porém até mesmo aquele garoto liberal que escuta o conservador hip hop (sim eu acho conservador o machismo e a exaltação de bens materiais) e a menina santinha que escuta pop andrógeno se mesclam. Não vejo diferença alguma, nem onde começa nem onde termina.
Me intriga mais é: até onde vai o limite pro amor? Mentir é amar? Omitir é amar? Ser extremamente sincero é conivente com tudo isso? É bizarro, mas já escutei muita coisa assim. Isso é loucura.
[continua...]